Operário cultural em cena

A forma com que se define é perfeita para quem conhece a paixão pela arte protagonizada por Denis Sena, artista visual, ilustrador, escultor, grafiteiro e arte-educador baiano. “Papelão, fósforo, cabelo, celular... Para mim, tudo é fonte de inspiração para customização. Tudo que toco vira arte”, conta o artista que se define como Operário Cultural.

Ele era ainda criança quando foi estimulado pelo pai a desenhar a mãe. A figura que surgiu no papel das mãos do pequeno Denis Sena, aos sete anos, não tinha nada de extraordinário, a não ser o amor que imprimiu em cada traço. Este mesmo sentimento inspira todos os trabalhos assinados pelo inquieto artista de múltiplas linguagens.
Autodidata, Denissena – nome artístico que adotou recentemente como forma de reforçar o valor da família na sua trajetória - descobriu o amor pela arte experimentando a pintura em tela, o grafite de rua, as intervenções com sucata até a arte digital, que permite transformar pixels de desenhos que fotografa em imagens alteradas no computador.

Inquieto construtor de idéias e intervenções, Denissena é educador social e desde 2000 dá aulas voluntariamente no Projeto Cidadão, ONG situada no bairro do Cabula 1, onde se criou e iniciou sua paixão pelas artes e grafite. Além do Projeto Cidadão, Denis trabalhou como educador nas organizações Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, Eletrocooperativa; no Projeto Grafipaz, da universidade Estadual da Bahia e em Projeto da Unesco - Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura, dentre outros.

Sua atuação com o grafite pode ser vista por toda a cidade de Salvador, em murais urbanos de cores, que variam desde muros abandonados em bairros periféricos até vitrine de lojas de decoração, trabalhos para escolas, bares e muito mais.O operário cultural , custuma dizer ,que a arte está em tudo que é canto.
O artista ainda atua como designer e já desenhou para grifes de moda como a Iguana, de Salvador e a Canadense Volunteer,logo depois lançou a sua marca Píver.Customizou tenis para a empresa Adidas Orginal, All Star Converse e tem acervos, em diversas instituições. Em fevereiro e março de 2007, esteve em Nova Iorque (EUA), onde realizou palestras, workshops e exposições em universidades, ONGs, e espaços culturais da megalópole e cidades vizinhas. no ano de 2008, expôs graffitis cosmopolita no Museu de Arte Moderna da Bahia, com a mostra Presente do Passado, a convite do MAM. No segundo semestre de 2010, expôs pinturas em telas, na Galeria Okioiei,Tókio. Logo depois ,foi convidado a ilustrar o livro Histórias de negro, de autoria do Historiador baiano Ubiratan Castro.

Em junho de 2010, expôs a mostra Agdás Urbanos na Contemporâneidade,no Museu da Cerâmica Udo Knoff ,Pelourinho.Em outubro, invadiu a Galeria da Caixa Cultural,expondo a arte graffiti,dando uma nova ressignificação da arte urbana. Nesse mesmo mês, participa da II Trienal de Luanda,deixando a sua arte na Angola - África.

A versatilidade de Denis não para por ai, já que o "artista multimídia" vem desenvolvendo projetos com fotografias e esculturas. Sem perder de vista suas heranças culturais índigenafro-brasileiras, Denis deixa a marca de sua arte e de sua fé na natureza onde quer que vá.