Escultura de
Chico Liberato

Localização
Praça Wilson Lins, Pituba

Dimensões
2,20m x 7,50m x 1,80m

Material
Aço e tinta sintética

Data de inauguração
10/06/2010

Informações
71 9972.7474 / 3351.6109
adm@expoart.com.br

Sua primeira exposição de pintura, uma coletiva no ano de 1963 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro já destaca a figura humana numa densidade de expressão que chama a atenção da diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia, Lina Bardi e seu assistente, o artista plástico Sante Scaldaferri, dois expoentes no gigantesco esforço de qualificação da cultura a ser contextualizada na Universidade Federal da Bahia durante os meados do século XX, tarefa brilhantemente levada a cabo pelo Prof. Edgar Santos. Naquele momento a Bahia atraía alguns dos construtores mais pujantes do que vem se constituindo a expressão das artes no nosso país desde então. Em seguida, o recém fundado MAM/Ba abrigava uma mostra ousada, inovadora, de um jovem artista cujos atributos vem pautando sua trajetória ininterrupta nas várias áreas de atuação cultural, incluindo as três gestões na direção do mesmo MAM/Ba que o lançou na Bahia. A partir daquele primeiro momento em que se comprometia com o rigor de quem cria para perdurar, Chico Liberato teria presença em todos os movimentos decisivos na radicalização por uma expressão genuinamente brasileira, ainda que aberta à conquista de linguagens que estariam circulando ao redor de todo o planeta. São marcos de época as exposições “Opinião 65” e “Nova Objetividade Brasileira” onde artistas do vulto de Antonio Dias, Rubens Gerchmann, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Regina Water, Maria do Carmo Secco, Dileny Campos, Raul Córdula , Antonio Manuel, Chico Liberato e mais um punhado de  jovens e bravos exploradores das artes visuais no Brasil lançam um olhar sobre os trópicos, simultaneamente a Glauber Rocha no cinema, a João Gilberto na música, pouco antes da explosão do Tropicalismo, que pelos meios de comunicação populares democratizou os novos avanços da vanguarda. Foram movimentos cuja dinâmica ainda hoje se desdobra em inexploradas possibilidades, realimentando geração após geração os novos produtores em todas as linguagens de expressão das artes do Brasil. - Alba Liberato
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VASCO DA GAMA, O NAVEGADOR | Por Francisco Senna, Arquiteto e historiador

Ao final da Idade Média, os oceanos se apresentavam como uma rota comercial alternativa à rota da seda, comprometida pela tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, tão necessários para a expansão mercantilista européia. O século XV foi, portanto, um divisor de águas para a civilização ocidental cristã e para todos os povos descobertos, conquistados, explorados e colonizados.

Investidores visionários e navegadores corajosos expandiram fronteiras e deflagraram um gigantesco processo de globalização, nunca antes ocorrido no planeta. Os oceanos traçaram novas rotas, com suas correntes e ventos, consagrando heróis por seus feitos e invenções.

A partir do infante D. Henrique – o Navegador, que deu origem à emblemática Escola de Sagres em 1419 e investiu no desenvolvimento da navegação marítima para Portugal, sucederam-se as grandes descobertas e conquistas. Nomeado administrador da Ordem dos Cavaleiros de Cristo em 1420, introduziu nas velas das naus lusas a Cruz de Copta ou Cruz de Cristo, como uma bandeira cristã com o espírito das cruzadas.

A conquista da foz do Rio do Ouro em 1444, na então desconhecida costa africana, hoje Senegal, foi porta para o tráfico dos primeiros escravos negros para a Europa. Deu início à diáspora africana e transformou o ser humano em objeto de comércio junto com as

ambicionadas especiarias e variada riqueza de produtos.

O navegador Bartolomeu Dias, que dobrou o Cabo das Tormentas em 1487, inventou a Caravela em 1495. Reforçou a estrutura do Caravo, antiga nau árabe e misturou velas latinas triangulares a velas redondas, o que permitia à embarcação navegar a favor ou contra o vento, ou seja, bolinar. A Caravela foi uma fundamental invenção que possibilitou a expansão marítima.

Grandes navegadores como Diogo Cão, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral, Gonçalo Coelho, Américo Vespúcio, Jacques Cartier, dentre outros realizaram importantes descobertas. Contudo, o poeta e marujo português Luís Vaz de Camões, ao retornar a Portugal em 1569, com seu poema épico Os Lusíadas, depois de viajar pelos portos da Índia e da China, imortalizou Vasco da Gama como o grande herói português dos descobrimentos marítimos.

Vasco da Gama, fidalgo português nascido em 1465 em Sines, comandou uma expedição de 170 homens com três naus; São Gabriel, São Rafael e São Miguel e uma naveta de mantimentos de nome Bérrio. Partindo de Lisboa em 8 de julho de 1497, chegou próximo às costas do Brasil em 22 de agosto e dobrou o Cabo da Boa Esperança em 20 de novembro do mesmo ano. Desembarcou na costa sul da África, em Mossel Bay, e nos postos de Sofala e Mombaça, na costa oriental.

Alcançou a Índia, chegando a Calicute em 27 de maio de 1498, onde não estabeleceu relações amistosas com o Sultão, que se recusou a negociar com presentes baratos. Retornando a Lisboa em 10 de julho de 1498 com 55 homens e duas naus, meses depois orientou Pedro Álvares Cabral sobre a possibilidade da existência de terras no extremo oeste do atlântico sul na rota para o caminho das Índias, o que determinou a descoberta do Brasil.

Em 1502, Vasco da Gama retornou ao Oriente com a chamada Esquadra da Vingança, praticando extrema belicosidade contra os povos da Índia e da Malásia, para a instalação de feitorias, com atos cruéis de pirataria. Faleceu em Portugal no ano de 1524, com seus feitos reconhecidos.

Na era em que a humanidade desbrava o espaço sideral com outras naus, Chico Liberato, artista plástico cuja obra traça um caminho sempre revelador de novas rotas e percepções, aporta na praia da Pituba, em Salvador, uma Caravela-Monumento, que representa a revolucionária saga dos navegadores portugueses, ressaltando Vaso da Gama. Nas suas velas estão gravados a Cruz de Cristo, dos descobridores portugueses e o Opaxorô de Oxalá, representando a diáspora africana.


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