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Carta Aberta a Fabrícia Miranda

Conhecer alguém é o primeiro passo para desconhecê-lo. O sujeito é apresentado ao desconhecido. Há uma apresentação, de todo modo, mas não mais que isso. Eu a conheço porque fui apresentado a você. Eu a desconheço completamente porque fui apresentado a você. Parece tão simples quanto alguns preceitos da lógica aristotélica. Ou algo que resultou da Navalha de Occam.

Mas garanto que não se trata de nada assim tão simples. Viver o desconhecido é, de certa forma, catar palavras em uma língua estranha. A linguagem se tornou uma filosofia, nós o sabemos, e como tal, transforma nossas existências em meros agentes dentro de um sistema calculado de comunicação. Se não me comunico contigo, estou me comunicando contigo de um modo “negativo”, e não há ausência, portanto. Pela filosofia da negação, Sócrates chegou à afirmação da sicuta, e experimentou o tão desejado – por ele – desconhecido. A condenação se dá pela apresentação citada no primeiro parágrafo. Condenação parecida, aliás, com o nascimento. Nascer é mais que uma promessa de vida, é uma promessa de indesistência, que dá ao suicídio o status de crime contra a Criação ou contra o monismo. Portanto, feliz mesmo, só o incriado. E o incriado, segundo terminologias teístas, é Deus.

Se para mim, como você está cansada de saber, Deus é uma partenogênese, que até então só nos causou milagres destrutivos e mentiras mais graves que as palavras, não é muito difícil concluir que o incriado me causa repulsa, e não inveja. Ele é feliz não porque incriado, mas porque não nascido. Não existente, portanto. A felicidade, para mim, está no vazio, na música das esferas, no nada e na incomunicação. A felicidade, para mim, é o silêncio do olhar remoto sobre a fotografia recente: um lembrar-se de si mesmo a partir do outro, solitariamente. Sem volição. Apenas constatação de um prazer sentido.

Apesar de toda a dificuldade existente na vida que é um charco, a vida que se repete através dos dias e vai desbotando os calendários, a vida que movimenta as formigas em direção ao formigueiro, com suas presas sobre a cabeça – e a vida que faz o sujeito comprar o pão diariamente, enquanto seus cabelos vão rareando, da fila à volta para casa –, há uma dor que enobrece, ainda que eu não seja cristão, em absoluto. Há uma dor que me torna menos mesquinho: a dor que sinto quando você vai embora ou quando se demora a voltar. Em meio ao desconhecido, experimento o amor da fonte de uma alteridade sem filosofias: o mais simples e desesperado amor. Chaga e cautério, seu semblante no espelho de minha memória e a minha memória tentando criar um espaço menor ao lado de meu corpo, na cama afeitada para o duplo sem semelhança. Um espaço cada vez menor, que possa, finalmente, se tornar um escapulário. O abismo ou sumidouro, com novas e supernovas, vai-se tornando o espaço amistoso do som inaudível, aquele som que é silêncio em volume alto, suor das estrelas, espectro ou visão daquele que, de olhos fechados, tenta entender um enunciado mais ou menos complexo – uma equação ou a análise sintática e morfológica de um período marcado por hipérbatos. Você é um hipérbato, aliás. Mas de repente se torna um anagrama, algo que vai e volta diante de meus olhos, feito a pantera de Rilke.

Complexa é a sua inexistência em mim. Complexo é existir diante da barreira que é o outro, a mônada, a dor alheia, a morte de uma só pessoa por velório, a morte feliz de Camus. Se fosse possível dar voz e audição a Helen Keller, ela talvez não sentisse mais do que o que eu sinto, de imediato, quando o registro de meu eletroencefalograma desdiz o sono, durante a insônia. O gesto de um mudo, diante do espelho, será sempre uma frase de efeito sobre o complexo estado de constante movimento do silêncio em direção à boca. Às vezes a gagueira é a forma mais inteligente de se ter um coração.

Ouvir suas costas tentando se ajustar à camisa, para logo em seguida ultrapassar o umbral da porta, é quase tão amedrontador quanto a solidão anterior à chegada de uma palavra desconhecida sobre a mesa: não sei se a cheiro, antes de comê-la, ou se, simplesmente, evoco um latim de manual para decodificar minha língua, e não a palavra, a ponto de conhecer o paladar daquele momento e esperar, com alguma expectativa, o sabor de quem nada sabe.

Se desconhecê-la, por ter sido apresentada a mim, abre a imensa porta da comunicação confusa dos amantes, aproveito para acordar sempre mais tarde do que deveria, a fim de me encontrar contigo numa realidade em que o desconhecido permite a ousadia de ser lido num palimpsesto que, de tão experiente, me confidencia algumas particularidades da condição humana em toda mulher, até que eu experimente a loucura de saber sentir, e saber o que sinto a ponto de dar um nome a isso. Ou aquilo.

Você, que é mais palavra que as noites inspiradoras dos contos de Sherazade. Você, a mulher em preto e branco, última e definitiva, notívaga viúva, misteriosa dona de uma bolsinha de prata, vinda de tantos anos, talvez dos anos trintas, intacta, incólume, a linha ou traço de nanquim, a dançarina tentando e conseguindo formar um ideograma japonês com o próprio corpo esgalgado, que certamente me criptografa, sabendo ser luxúria, amor, carinho, paciência, companheirismo e felicidade. Você, que nega toda e qualquer teoria, quando me rouba a face e as comissuras sob meus olhos cansados, e o pensamento insistentemente lunático, digressivo e confuso. Você que é palavra, discurso, linguagem, no entanto, se entrega ao silêncio feito uma ovelha prestes a ser tosada. E quanta concupiscência eu sinto, diante dessa deliberada e tão lasciva passividade de quem se entrega submissa. Desconhecida mulher antiga, de gestos e hábitos do tempo da paisagem em preto e branco que é a lua branca sobre o céu negrejante, peço menos que uma palavra, peço o toc-toc de seus sapatos de salto alto, esse relógio em minhas têmporas, invadindo minha casa feito um gato, e me causando o barulho ensurdecedor do animal selvagem faminto e lânguido. Do animal felino. Sua deisidemônia sempre me pareceu estranha, quase esquizofrênica.

Não posso dizer que há felicidade em meu reencontro, porque há a volição, e com ela uma constante espera por mais e mais. Posso afirmar, no entanto, que, não sendo um monge, arrisco um poema pensado, uma oração e, diante do complexo e do desconhecido, ultrapasso a lembrança e a concretizo, esfumada, mas com a mesma boca vermelha e carnuda, os olhos grandes e castanhos ou verdes, dependendo da roupa e da hora, o corpo sinuoso e sofisticadamente feminino, as ancas largas e as pernas de quem, em pé, é um pensamento esculpido, aquele gesso que é mais vivo que a escultura última, embora você seja, em verdade, um colibri.

A dor já não é mais a mesma, dor ainda. Mas entre o complexo do nada, tão simples, e o complexo do desconhecido existente, com toda a beleza de um astro distante, a mente escolhe a dor conhecida, o conforto de saber que, ainda que a mulher amada seja uma pessoa do lado de fora de quem ama, seu perfume entra em mim pelas narinas, e seu segredo se comunica com meu segredo, enquanto respiramos o mesmo ar de uma janela aberta para dentro.

E já não há mais dois desconhecidos, de fato, mas um desconhecido profundo, apenas. 

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02/06/2011 09:51:11 - Carta aberta...
Caro poeta Wagner Passos A musicalidade do texto tem a força do sentir.Tântrico por excelência, apaixonado, irreverente como a própria natureza orgânica, envelopada por harmonias bachianas.O verdadeiro conhecimento vem do sentir, e não do pensar, assim é o homem na sua essência poetica. Parabéns pelo texto
Postado por: Olympio de Azevedo
02/06/2011 10:51:49 - Beleza e sabedoria
Poema em prosa filosófico. Gênero difícil de ser realizado com originalidade e sem maneirismos. Belíssimo texto, além de sábio.Fica a vontade de conhecer a musa...
Postado por: Fabio Pires
03/06/2011 06:44:35 - ?????
Não entendi. Vc levou um fora? A fila andou?
Postado por: Sandra
03/06/2011 11:09:17 - Nada!!!
Não entendi nada!
Postado por: Rosinha
03/06/2011 11:11:25 - Embromação
Você não entendeu nada porque o texto não diz nada, mesmo.
Postado por: Eduardo
04/06/2011 05:39:32 - Esclarecimento
Caras Leitoras, O Senhor Henrique Wagner está despachando com abertura uma carta a Senhora Miranda.
Postado por: Belmiro
04/06/2011 09:32:53 - Toda prosa
O texto é muito bom. Fabrícia Miranda deve estar muito senhora de si, orgulhosa. Lindo poema, linda prosa.
Postado por: Saulo
04/06/2011 10:13:01 - Casamento
Adorei a frase: "Às vezes a gagueira é a forma mais inteligente de se ter um coração." Belíssimo texto. Eu me casaria imediatamente! Beijos, Henrique, te adoro! Boa sorte!
Postado por: Amanda Bandeira
06/06/2011 04:34:46 - Abraço a todos!!!
Eu e Fabrícia agradecemos pelas mensagens de carinho. Estamos, de fato, muito próximos de consolidar nosso casamento. Precisei remover algumas mensagens, mas, aos removidos, aviso que são todos bem-vindos, continuem mandando mensagens. Leio todas, adoro todas. São inspiradoras, e realmente me divertem, porque gosto muito da raiva dos outros. Só não deixo essas mensagens no ar em respeito a meus leitores. Abçs a todos!
Postado por: Henrique Wagner
06/06/2011 05:02:49 - A felicidade alheia
Lindo poema! Esse texto é um poema. E o amor deve ser celebrado, sempre! Ainda que a felicidade alheia incomode, sigamos em frente! Parabéns, Henrique!!!
Postado por: Otacílio
06/06/2011 11:56:45 - Curso de criação literária
Gostaria de saber se você dá algum curso de criação literária. Abraço.
Postado por: Walter Silva
06/06/2011 15:32:29 - Vaidade
Não consegui encontrar um motivo para que essa carta fosse aberta... É tão pessoal... Só pode ser vaidade do autor.
Postado por: Washington Oliveira
07/06/2011 05:28:37 - Toda mulher
Acredito que toda mulher ficaria muito feliz em receber uma carta dessas, tornada pública. Achei linda e profunda, além de muito bem escrita. Valeu!
Postado por: Adriana Oliveira
07/06/2011 16:34:48 - o texto
Maravilhoso o texto, henrique! Ficaria com uma reflexao filosofica, se fosse para escolher uma frase. Gostei em especial dela. É essa aqui:"até que eu experimente a loucura de saber sentir, e saber o que sinto a ponto de dar um nome a isso." Gostei muito da coisa do conhecer o desconhecido num encontro entre duas pessoas. Nao tratou a questao de forma romantica. Voltou um olhar critico e filosofico mas com lirismo. Um texto muito bom!parabens ! abs!
Postado por: Tiago groba
09/06/2011 13:09:29 - Fabrícia Miranda
Fabrícia é uma mulher linda. Merece todo o cuidado do mundo. É uma pessoa absolutamente respeitável. Espero que tudo dê certo entre vcs dois. Beijos!
Postado por: Claudia Lavínia
10/06/2011 14:11:31 - Dia 12 chegando!‘amores serão sempre amáveis’.
Deixo meu comentário pq texto é mesmo encantador, falo como mulher inclinada a paixonites. Mas, além de encantador, é com a mesma linguagem dos seus melhores textos, uma palavra justa, sem excessos, um raciocínio frio, um sentimento profundo, resultado: um belo texto sobre o amor! O resto é Rubem Alves no café matinal da Ana M Braga, é Barthes tentando ser poético, quando só devia estar muito apaixonado (mas eu devo confessar que adooro os fragmentos) ou Stendhal querendo fazer ciência com os seus códigos de amor.
Postado por: Alice
10/06/2011 14:13:38 - ‘amores serão sempre amáveis’
Tantos homens fizeram lá as suas filosofias amorosas, mas foi a primeira vez que encontrei remetente e destinatário; um texto de amor e filosofia que é mesmo fruto de um motivo explicitado! E, cá pra nós, esse tema agrada a todos, do Pepe le Gambá ao Dr Hannibal. Só não mando beijos pq não quero causar problemas de casal, nunca se sabe, beijo é coisa íntima demais para ser deixado em comentário de site sério, ainda mais pra homem comprometido, mas o texto inspira o gesto! Que esse amor de vcs seja longo, tanto quanto a arte. Parabéns pelo texto, Henrique W. Parabéns por merecê-lo, Miranda. E é mês de romance! Sorte pra vcs. Fiquei com vontade de fazer declarações tb!
Postado por: Alice
11/06/2011 08:26:13 - DIA DOS NAMORADOS
Feliz dia dos namorados? Parece um pouco contraditório dizê-lo a um casal, aparentemente, tão intelectual e desligado dessas venenosas artimanhas do mercado, mas no fim, concluo, somos todos iguais.
Postado por: Saulo
11/06/2011 16:01:05 - Lindo, Lindo, Miguxo!! Se eu fosse eu, casaria hoje com vc e com todo mundo aqui!
Será que algum dia as mulheres se comportarão com a mesma discrição que a maioria dos homens costuma usar? Acho que não, o que é uma pena. Todas querem muito ser vistas, lembradas, todas querem aparecer de alguma forma quando tem um homem na frente. Essa então que diz que a melhor frase é a da gagueira, cruzes, não deve ter entendido nada do texto, pra escolher uma das construções mais fáceis e tomar como “a melhor”!! Tá esperando a vez?? “Opa, A de fora é minha!” Se manca, mulherada, o texto é pra uma só, não adianta querer ressuscitar, aparecer, e ovacionar o adoradinho Henrique. Só sabem elogiar o “home” com frases vazias! Parecem aquelas adolescentes infernais que jogam confetes nos blogs dos amiguinhos! ÊÊÊ, que lindo, miguxo!! Adolei essa frase: “Ou aquilo.”. Adoradíssimo, lembre de mim também quando os cães ladrarem. Bibi-fonfon, meninas, tô chegando junto também!
Postado por: Filha do Bolsonaro
11/06/2011 18:01:47 - QUER ENGANAR QUEM
PORRA HENRIQUE, ESSA FOI DOSE VIU? TIRANDO OS MEUS (QUE VOCE APAGA) TODOS OS OUTROS COMENTÁRIOS SÃO SEUS. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Postado por: Bolsonaro
11/06/2011 18:39:44 - Enganadíssimo!
Lá vem um invejoso! Que Henrique o que, malandro! Que diferença da mulher o homem tem? Confundir lé com cré ainda vai, mas homem com mulher, isso é que é dose! Eu sou mulher, mas não sou histérica, por isso vou terminar com risos discretos: rsrs
Postado por: Filha do Bolsonaro - a oficial!
11/06/2011 19:05:45 - A vida tem dessas coisas, olha só nós dois aqui!
Ai, mas eu adoro quando me confundem com o Henrique. Eu sempre achei que éramos almas gêmeas (bate coração. As metades da laranja...). Fico feliz de saber que escrevo como ele! Juro! Ganhei meu dia!! Isso vale como um presente de namorado? Um cartãozinho já servia, love! Será que ninguém nesse mundo pode fazer mais uma ironia de qualidade sem ser confundido? É tão fácil fazer, você quase conseguiu! Só não ficou melhor porque vc imitou aí, né? Coisa feia. Emendar piada não dá barato. Eita, enquanto vc usar essa identidade, retira o “namorado”. Não pega bem! Mas veja, é noite de sábado, véspera do dia 12, e só nós dois aqui perdendo tempo... A gente podia mudar isso, né? Quem, peloamordedeus, com namorada(o) hj vai ficar de debate na internet??
Postado por: Filha do Bolsonaro - a oficial!
12/06/2011 05:58:16 - Sem assunto, em verdade
Que palhaçada é essa? Isso aqui virou o divã do Miguel Paiva? Antes era um espaço para discussão a respeito de temas culturais, literatura, arte de um mode geral, filosofia, cinema... Agora tem uma rata de gente fresca e falatório em torno de bobagens como o amor. O suposto amor. Tô fora!
Postado por: Tô fora
12/06/2011 17:00:02 - MEU CONSOLO
O QUE ME CONSOLA QUE É QUE NAO DEMORA VC PISAR NA BOLA, COMO SEMPRE. SE É QUE JA NAO PISOU, ESSE TEU TEXTO MAIS PARECE UM PEDIDO DE DESCULPAS, TIPO "VOLTA PRA MIM".
Postado por: Bolsonaro
13/06/2011 05:52:03 - O bom selvagem infeliz
Vc está muito preocupado comigo... "Meu consolo"... putz, vc precisa mesmo de um consolo, rapaz? Isso se acha em qualquer lojinha de sexy shop... Acho que vc pensa mais em mim do que minha mulher!... Ela já está ficando com ciúme... Vc, que de moralista virou terrorisa, perseguindo as pessoas. Releia a frase de Rousseau que vc vive usando em seus mails... Vc jamais me enganou com seu falso moralismo. Deve ser difícil ser burro e sem caráter numa mesma vida. Eu ao menos superei a burrice. E outra, vc está brigando com a pessoa errada: eu não visito seu blog como vc deve estar pensando. Vc para mim não existe, jamais existiu. Por piedade, escrevi prefácio e orelha para vc. Quis dar algum status a sua vida. Vá ler um livro de Rousseau. Pelo menos um, e até o fim. Porque ninguém aprende nada com frases de Minutos de Sabedoria, Gustavo Felicíssimo... Vc é pai, portanto, vá cuidar de sua fauna...
Postado por: Henrique
15/06/2011 08:06:28 - Belíssima declaração de amor
Belíssima declaração de amor. E ainda mais interesante por exibir num texto ensaístico, tão bem escrito, exemplo de racionalidade, a irracionalidade típica dos amantes, que respiram desesperadamente a presença do ser amado como se esta fosse um doce perfume que evola no ar.Não há graça maior do que amar assim. Parabéns!
Postado por: Marluce Felipo
15/06/2011 08:07:53 - Belíssima declaração de amor
Belíssima declaração de amor Belíssima declaração de amor. E ainda mais interesante por exibir num texto ensaístico, tão bem escrito, exemplo de racionalidade, a irracionalidade típica dos amantes, que respiram desesperadamente a presença do ser amado como se esta fosse um doce perfume que se evola no ar. Não há graça maior do que amar assim. Parabéns! Postado por: Marluce Felipo
Postado por: Marluce Felipo
16/06/2011 05:40:47 - QUERO UM HOMEM DESTES PRA MIM!
Confesso: comecei a ler e fui adentrando nas profundezas do ser Henrique Wagner, não o escritor de palavras saltantes e gritantes, não o filófico orientado pela constelação de Júpiter, não o menino rebelde, revolto em justiças sociais, morais e culturais. Adentrei na alma masculina do autor. Não conheço a mulher merecedora deste txto, mas invejo-a profundamente. Queria uma declaração de amor assim, só pra mim, publicada na internet, no jornal da cidade, nos murais das faculdades, escolas e em panfletos distribuídos nas sinaleiras. E pra completar o declarante é poeta. Alguém aí sabe me dizer onde tem mais destes?
Postado por: Fátima Venutti
21/06/2011 04:35:02 - Fabrícia Miranda
Texto profundo e com fôlego. Nâo há como escrever algo profundo sem fôlego, é claro. Eu não ousaria classificar, normatizar, afirmar o gênero do texto. É uma carta aberta e pronto. Muito bonita e forte, impactante. Não conhecia nada do autor. Cheguei aqui por causa da Fabrícia...
Postado por: Nelson Bichara
24/06/2011 22:37:39 - Mosca na sopa
Nossa! Morre uma Fátima brega e vem outra!! Nem agora deu pra ver que o macho alfa aqui tem uma fêmea alfa? Que mulherada vulgar e desesperada! Etiqueta, Fátimas, mulher tem que ser elegante! Vão aprender a respeitar o compromisso dos outros e a segurar um garfo com a mão esquerda lá com a Gloria Kalil. Deixem de tomar curso com a Breguelisa Lucinda!! Fátimas, fátimas! Desistam! Burrice e falta de elegância são enfeites piores que celulite! Não adianta apelar com e-mails e comentários, ele não quer!! Nem Santo Antônio ajuda! É perda total, e é de nascença!
Postado por: Filha do Bolsonaro
24/06/2011 22:53:52 - Seca pimenteira!!
Miranda, minha filha, pimenteira, arruda, figa, patuá e corpo fechado, misifia!! Oxum e Iansã que te guardem dessa inveja fatigante! Se for a Fátima que conheço, vixe, ali não falta nem a galinha de macumba! Descabelada e com mania de andar de cara cheia nas noites por aí, se cair na encruzilhada, vira despacho! É só jogar a farofa e acender a vela!
Postado por: Filha do Bolsonaro
14/08/2011 14:22:01 - ...
poeta henrique, bela poesia... texto profundo e instigante... denso. Brilhante! Parabéns. caros visitantes, é possível fazer comentários sem o tom desagradável, vulgar e ferino? é lastimável tanto mau gosto!
Postado por: irmã
27/09/2011 09:02:34 - Parabéns Poeta! Parabéns Fabrícia Miranda!
Parabenizo a ambos! A H.W. pelo belíssimo texto, a F.M. por merecê-lo. Desfrutem intensamente esse amor. Felicidades!
Postado por: Rosimeri Tavares
22/10/2011 22:20:44 - Por causa da greve dos Correios.
Você sabe que não gosto de aparecer muito por aqui, leio seus textos antes, quase sempre, e então partimos para aquele momento em que mergulhamos na água morna das trocas de palavras, dos achismos e dos achados, do que ficou perfeito, do que poderia ser mudado, próximos o suficiente para um carinho, eu de pernas encolhidas, você expansivo, ambos sentados diante do computador... mas acho estranho receber uma carta e não responder, embora toda carta de amor seja só o prazer imensurável de afirmar, e a afirmação que é apenas verdade de quem diz, há algo mais egoísta e envaidecida do que a verdade sendo dita? A carta de amor é a felicidade de quem a escreve e prepara, com a maravilhosa maldade do apaixonado ou do poeta, cada efeito, cada susto, cada delíquio que virá.
Postado por: Miranda
22/10/2011 22:21:36 - Por causa da greve dos Correios.
E apenas porque quero compartilhar desse prazer, agora escrevo: Seus versos do nosso prelúdio depois de um custoso entreato. Então eu soube que você havia chegado finalmente, depois de toda a sutileza minha de mensagens e chamados inaudíveis, minha frieza enredada, o fingimento e as palavras mais íntimas todos os dias de nossa distância e especulações. Um longo mês de passos em palavras, nosso percurso de olhos vidrados e então chegamos. Os dois de preto, a vida em branco.
Postado por: Miranda
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